terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tinha que ser assim

Sport Club Corinthians Paulista - Campeão Brasileiro de 2011


Tinha que ser difícil. Tinha que ser sofrido. Tinha que ser Corinthians. Nada nunca foi fácil para esse time, nem para seus torcedores. Sofreram juntos por oitenta anos até que se consagrasse nacionalmente pela primeira vez. Foi difícil, sofrido e, como sempre, nunca merecido na opinião dos outros. Mas esses tais “outros” não são ninguém não, nem vale a pena dar atenção.

Como se não bastasse a tensão que pairava no ar, uma triste notícia nos tirou da cama, o Doutor havia nos deixado. Nos deixado, porém jamais sairá de nossos corações e recordações. Para sempre nos lembraremos de seu futebol e seus ideais, sempre nos inspiraremos com suas ideias. A homenagem, mais que merecida, todos de punhos fechados, como o Doutor sempre fazia. 

Mais uma vez o Corinthians mostra que é o time da virada. Um ano que começou conturbado só serviu para dar mais força aos guerreiros do Parque São Jorge, que continuaram a luta. Cada jogo parecia uma batalha, uma guerra, vezes contra o adversário outras contra as próprias falhas.

E como falhou. Afinal, é Corinthians e não seria fácil nem mesmo quando parecia fácil. Mas será que é de proposito, não pode ser, fazer o corintiano sofrer assim é sacanagem. Aja coração. E que coração. Depois desse ano, quem não morreu enfartado pode ficar tranquilo, de coração no sofre mais, só sofre de corintianismo agudo e o remédio, ah... esse ainda não inventaram, e mesmo que inventem, quem é o louco que vai querer, pois o que o bando quer mesmo é mais Corinthians nas nossa vidas.

Agora é férias galera, vamos recarregar as baterias [como se precisássemos]. Ano que vem tem mais. Muito Corinthians na vida de todos vocês, monocromáticos torcedores.

Os bravos guerreiros


domingo, 23 de outubro de 2011

Resposta à internacionalização da Amazônia

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!"



Parabéns Senador, isso pode não ter virado notícia no mundo inteiro, por motivos mais do que óbvios. Mas espero que todos que lerem isso passe para um amigo. 

domingo, 18 de setembro de 2011

Rúgbi, um jogo democrático, acreditem


Há duas semanas comecei a praticar um esporte não muito convencional e, que a maioria das pessoas, pensa ser um esporte violento. Realmente, o Rúgbi é um esporte de extremo contato físico, mas se quisesse um esporte sem contato, eu iria jogar xadrez.

Sempre gostei de fazer coisas diferentes e sempre procurei aprender coisas novas. Quando envolve esporte, gosto mais ainda. Quando fiquei sabendo que alguns caras treinavam rúgbi aqui em Poços de Caldas, na hora pensei: porra meu, adoro esportes diferentes, vou ver qual desse negócio. Há algum tempo acompanho e adoro futebol americano, até cheguei a comprar uma bola para praticar, mas no último natal a gente estava em uma chácara jogando, esquecemos de guardar a bola e o cachorro comeu ela.

Fui no tal treino. Os caras começaram a chegar e aos pouco foram me dando dicas, falando regras, posicionamento etc. Sempre mantendo em minha cabeça o quando esse esporte é intenso e forte. Mas o rúgbi não é só isso. Para mim, um esporte extremamente democrático, em um mesmo time jogam jogadores enormes, fortes e pesados e outro pequenos, leves e rápidos. É um esporte para todos.

Em campo, fizemos um pequeno aquecimento: um jogo de cinco minutos sem tackles*. Depois começamos a jogar de verdade. Primeiro chute para colocar a bola em jogo e ela cai na mão de quem? Esse que voz fala fez uma bela recepção – lembrando que estou fora de forma, lento e me adaptando ao raciocínio de jogo - olhei para frente e quase não tive reação, o tackle foi incrível, como os profissionais mesmo, deem uma olhada nesse vídeo de alguns tackles.

O jogo prosseguiu normalmente, fui me adaptando e no final já tinha me encantado com o esporte. Infelizmente fui apenas uma vez até o dia que escrevi esse texto, mas não foi por causa do tackle de batismo, tive alguns compromissos, mas com certeza vou voltar a treinar com os caras, se eles me permitirem, lógico.

No site do time de rúgbi de Poços de Caldas (www.pocos.rugby.esp.br) vocês podem encontrar os dias e horários de treino e a agenda de jogos. No Facebook do Donatello, um dos jogadores mais antigos do time, encontrei um texto muito legal que vale a pena ler.

* Termo em inglês para a trombada que dois jogares dão um no outro, acho que dá pra entender, não é?


Filosofia do Rúgbi, filosofia da Vida

Quando você envelhece se dará conta que muitas coisas começam a ser tomadas de você. E isso faz parte da vida.
No entanto, você só começa a se dar conta dessas perdas quando elas afetam você. É quando você percebe que a vida é apenas um jogo... um jogo de ‘polegadas’.
Assim como o rúgbi, porque em ambos os jogos: na vida ou no rúgbi, a margem para erro é tão, tão pequena... Digo, um meio passo tarde demais, ou cedo demais e você QUASE faz. Um meio segundo lento demais, ou rápido demais, e você QUASE pega.
As polegadas de que nós precisamos estão em toda parte em torno de nós. Lá, em cada parte do jogo. Cada minuto, cada segundo.
Neste jogo nós lutamos por essa polegada. Neste jogo nós rasgamos a nós e a todos em torno de nós aos pedaços por essa polegada. Nós nos agarramos com nossas unhas por essa polegada.
Porque nós sabemos que quando juntarmos todas essas polegadas elas vão fazer a diferença entre ganhar e perder, entre viver e morrer.
E eu te digo isso: em toda a luta, é o homem que está disposto a morrer que vai ganhar essa polegada! E eu sei, se eu vou viver mais um dia, é porque eu quero ainda lutar e morrer por essa polegada! Porque isso é o que viver é. Lutar por estas seis polegadas na frente da sua cara.
Você tem que olhar para o companheiro ao seu lado, olhar em seus olhos. Agora eu imagino que você vai ver um homem que vai atrás dessa polegada com você. Você vai ver um homem que se sacrificaria pelo seu time, porque sabe que, quando chegar a hora, você vai fazer o mesmo por ele.
Esta é a definição de equipe... assim, ou nós jogamos como uma equipe ou morremos como indivíduos.



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um bando, um templo

De perto, ali de baixo, ele parecia bem mais imponente e maior do que eu imaginava. Já havia passado por ali algumas vezes, mas sempre com pressa. Nunca tinha parado para contemplar a beleza daquele monumento, erguido ali, para o deleite dos deuses da bola.

Pela tarde a gente só foi pegar os ingressos, mas já deu para sentir como seria aquela noite. Quando foi se aproximando o momento tudo foi ficando cada vez mais sem cor, se tons, e o preto e branco foi tomando conta de tudo, e dos nossos corações.

Mais tarde nos unimos ao bando que festejava ali na frente. Uma festa antes da verdadeira festa. E sabem o por quê? Estarem juntos naquele templo, já é motivo para festejar, porque afinal, SER é mais importante que TER. Ficamos um bom tempo com aquele bando antes de nos juntar ao resto que aguardavam ansiosos dentro do templo.

Quando me vi no interior daquela construção, quase não pude acreditar. As luzes, as paredes, as pessoas, o relvado, era tudo como eu imaginava, era muito mais que eu imaginava. O clima era incrível. Aquele bando não se calava nem por um segundo. É preciso muito amor, paixão, ardor para ser como aquela massa de loucos e não dá pra dizer com palavras, só quem é para saber o que é.

Mesmo depois de encerrada aquela cerimônia seus seguidores por ali continuavam, como se o rito que acabara de acontecer ainda estivesse aceso dentro dos corações de cada discípulo naquele templo. É como se permanece, mesmo depois de certo tempo e não importando com a distância. Aquela chama não se apaga, a corrente não se quebra, e até à morte não pode cessar amor que toma o peito desses monocromáticos fiéis.

Mais foto aqui: Corinthians 2 x 1 Flamengo - 08-09-2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Semana carburada

Ford 32 Racer, reformado por Ronaldo
Topete. O carro é uma homenagem
ao piloto Benedito Lopes
Carros alinhados, os motores roncando alto e um gostinho de nostalgia no ar. Bandeira quadriculada* agitada e todos saem muito rápidos, mas com certo cuidado, para que nenhum espectador se machuque. E diante dos olhos passaram décadas em poucos segundos. Mas logo depois, aquelas máquinas furiosas se acalmam, afinal, era apenas um desfile, e não uma corrida.

Foi assim que começou o segundo dia da Poços Classic Cars, infelizmente, o último também. Passei a semana toda, desde o dia que fiquei sabendo do desfile, ansioso para fazer algo bem legal. É um assunto que gosto muito, não é para menos, automobilismo é uma grande paixão, arrisco dizer que foi um dos motivos que me levou a fazer jornalismo.

Largada do Grande Prêmio Thermal
de 1951
O desfile que me refiro foi organizado por Ronaldo Topete, dono de uma oficina e piloto de corridas, apaixonado por carros antigos. O objetivo de Ronaldo, segundo ele mesmo, é relembrar o tempo que Poços de Caldas fazia parte do circuito nacional de automobilismo com o Grande "Premio Thermal". Um balneário turístico com muitos cassinos, Poços era praticamente um refugio para os mais abonados, ficando conhecida como a Mônaco brasileira, e assim era chamada pelos jornalistas da época.

Atualmente, aqui fica o Banco Itaú,
perto da Thermas
Uma homenagem mais que merecida e que também merecia uma cobertura digna. Preparei uma pauta a altura do evento, valorizando principalmente a história, de Poços e do automobilismo nacional. Mas infelizmente a emissora na qual trabalho não segue os mesmo princípios que esse que vos fala.

Vamos deixar de lado essa coisa chata e valorizar o momento. Quando acordei no sábado, me senti novamente como um garoto que se levanta na manhã de Natal, não vê a hora de se jogar debaixo da árvore e rasgar os embrulhos. Tive que trabalhar até às três da tarde. Quando cheguei à exposição percebi que valeu a pena esperar, parecia um menino entrando em um parque de diversões. No domingo, dia do desfile, foi a mesma coisa. O Ronaldo tinha razão, ver os carros estáticos, parados em uma exposição é uma coisa, eles em movimento e deixando todos surdos de emoção, é bem diferente, muito legal.

Apesar de não ter feito o VT, o dia foi muito bom. No final, não queria ir embora, mas todos já estavam indo, assim, não teria o que fazer ali, olhando para o nada. O descanso daquela noite foi merecido, dormi como uma criança, feliz e com muita memórias para guardar daquele dia, que é apenas um de muito que ainda tenho pela vida.

* No automobilismo, antigamente só existia a bandeira quadriculada












quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Fino trato

Demorei um pouco para escrever este texto, porém, antes tarde do que nunca. Quarta-feira foi um dia para ficar na história, acho que todos cansaram de ouvir isso. Mas o que aconteceu em campo no jogo do Santos e Flamengo foi algo digno de ser visto, revisto, falado, discutido e escrito diversas vezes, com várias pessoas e em todas as línguas.

Passei toda a quarta-feira, não sei porquê, falando dessa partida. Meus colegas de apartamento até comentaram, “não é seu time”. Só sei que estava pressentindo que iria presenciar algo magnifico. E eu, na minha humilde insignificância – e confesso: não sei nenhum pouco do que gostaria sobre futebol – estava mesmo sentindo que iria ser um jogão.

 Um sentimento correspondido, no mais alto nível, pelos Deuses do futebol, que abençoaram a nossa sortílega quarta-feira com o maior espetáculo que poderia ter presenciado. Neymar foi praticamente mágico e Ronaldinho teve um dia de Ronaldinho, para nosso deleite. Isso só resumiu o grande duelo entre esses craques do futebol brasileiro, e por incrível que pareça, aqui no Brasil. Deixo aqui a dica, vale a pena perder um tempo no youtube procurando pelos lances.


Neymágico fez uma das jogadas mais bonitas que já vi e já R10, marcou um gol de falta que, repetindo o que foi dito por Luiz Roberto de Múcio, levou a sua assinatura. Não dá par ficar narrando aqui o que foi visto naquele dia, só vendo mesmo para se dar conta do que aconteceu. Um verdadeiro duelo entre gladiadores empunhando suas melhores armas: habilidade, inteligência, velocidade, experiência.

 ... e no asfalto
Acho que vou cansar de escrever isso e vocês, meus leitores inexistentes, vão se enfastiarem de ler, mas a corrida de hoje é para entrar na história – como tem coisa entrando para a história essa semana – e é fácil de explicar porquê. Budapeste é uma pista complicada, muito estreita, com poucas retas, consequentemente, poucos pontos de ultrapassagem. Mas tudo isso caiu por terra e, novamente, tenho que dar os parabéns ao Bernie. Foi mais um show de corrida e, eu espero muito, muito mesmo, que todos estejam curtindo e aproveitando, pois se muitos reclamavam que depois do Senna, tudo ficou muito chato, basta assistir uma corrida esse ano e eu garanto; os Deuses do automobilismo iram abençoar seu lar com muita emoção e velocidade.

Jenson Button foi um verdadeiro gentleman para tratar sua McLaren. Ele conseguiu fazer o que foi pedido pelos seus engenheiros soube correr no limite com uma delicadeza que só os grandes conseguem ter. E nesses tempo de nova Fórmula 1, saber fazer o que os homens pedem e tirar da máquina o que é necessário, é muito difícil, e pode garantir alguns pontinhos. Em se falando de fino trato, posso garantir, Button sabe o que é isso.

... o contraponto
Nem tudo são flores: infelizmente o contraponto da semana foi o Timão ter perdido de três a dois para o Avaí.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

PRATO CHEIO PRA BOLEIROS

Recebi um e-mail algum tempo atrás e gostei muito, até guardei ele. Semana passada meu amigo Pedrinho me mandou esse mesmo e-mail. Achei legal compartilhar isso com vocês, meus leitores inexistentes. É muito legal para quem gosta de futebol ou apenas curte Copa do Mundo.

Cliquem nas imagens para ver em tamanho legível.














Espero que tenham gostado. O primeiro queria muito fazer um quadro para colocar na sala, muito bonito. Tá ai uma sugestão de presente para quem estiver interessado em me presentear [risos].

Beijos e abraços a todos

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O brilho eterno de um time sem estrelas


Olhei a última postagem e vi o tempo que eu não escrevo no blog. Mas vamos lá, nessa última postagem, eu falava da despedida do Ronaldo, o maior Fenômeno do futebol atual. E depois do último do jogo da seleção pela Copa América, onde nossas “estrelas” ignoraram totalmente as estrelas que ostentavam no peito, percebi que tinha razão quando disse que vai demorar muito para surgir outro Ronaldo ou mesmo outro Romário, Zico, Garrincha ou Pelé.

Alguns jogadores não conseguem entender que o brilho da seleção vem dela, e não de seus meros complementos. A seleção brasileira não é feita de meia dúzia que ganham milhões. Ela é feita de passado, por isso, tem que fazer o bem no presente, para ficarem eternizados no futuro. O que esses precoces milionários não entendem nem respeitam é o valor que essa camisa representa. Não falo de dinheiro e sim de orgulho, honra e respeito.

Muitos que vestiram essa camisa no passado, o fizera por amor, paixão ao esporte, e não para encarecer o passe ou aparecer bem na foto. O que se viu na disputa de pênaltis no domingo, foram jogadores arrogantes, presunçosos, que não estavam nem um pouco preocupados com o momento, e sim e sair bem nas imagens, porque uma pose bonita pode vir a fazer parte do pacote de expansão do PES 2011.

Mas tudo é fase, tudo passa. A vida e seus momentos são cíclicos, e só consegue viver bem aquele que presta atenção nesses ciclos. Pois só existe crescimento quando estamos caídos, arrasados, quando conseguimos ver os nossos erros e consequências de perto.  É no fundo do poço que aprendemos o quanto a água é fria e cortante. É quando estamos no chão que aprendemos a nos levantar e que correr é bem mais rápido que se rastejar.

Vamos seleção. Levanta, se erga, avante. Porque o mundo não parou porque um timinho saiu mais cedo da Copa América. Mas aprendam bem a lição: vocês, meus caros, não são ninguém não. 

Trasteja viola velha...

Sexta feira foi um dia muito interessante. Fiz minha primeira produção de externa, mais ou menos né, o bom foi ver como tudo funciona. Fazer um evento do tamanho do Viola de Todos os Cantos é muito bom, posso afirmar que é até excitante, lógico, ainda mais para quem ama o que faz, e eu gosto muito dessa profissão [tá Calu, hehehe].

Não gosto de ficar colocando aqui muitos detalhes do meu trabalho, minha intenção não é fazer do meu blog um diário, mas infelizmente vira e mexe faço isso. Muito feio né, me desculpe. Só que esse dia foi bem legal.

São experiências como essa que fazem nosso trabalho valer a pena. Esse envolvimento com as pessoas fora da redação, a tensão de estar em campo fazendo uma cobertura desse porte, muitas entradas ao vivo, a correria para conseguir que tudo aconteça da melhor maneira possível. Além de ter toda uma confiança da chefia depositada em mim, um mero estagiário.

Tive oportunidade de trabalhar com a Calu, uma pessoa extremamente gentil, simpática e, acima de tudo, profissional. Pessoas assim me dão orgulho de chama-las de colega e me fazem acreditar que existe muita gente boa nesse meio que funciona na base da pressão.

Não que na redação não tenha pessoas assim, aliás, acho que eu tive a maior sorte do mundo em vir trabalhar em uma redação como em Poços, não tenho o que reclamar de ninguém. Não conheço muitas redações para falar, mas a nossa, a união me surpreende. Tenho só que agradecer muito por essa oportunidade, e aproveitar muito, lógico, o tempo que eu estiver por aqui e sei que aprendo muito a cada dia com essas pessoas.

Voltando ao Viola, falei em como é legal fazer externa por estar em contato com várias pessoas. Na sexta, além de diversos chefes e pessoas que trabalham na TV, conheci também a Elba Ramalho. Foi muito legal e ela foi muito simpática com todos. Além de uma grande cantora, me parece ser uma boa pessoa. Mas com ela aconteceu uma das grandes gafes da noite, fui conversar com ela sobre como seriam as duas entradas ao vivo que faríamos e falei quais seriam as perguntas que a Calu iria fazer para ela. Entendi erroneamente que uma das perguntas era ‘como seria tocar com uma orquestra de violas’. Foi um momento tenso, ela não estava esperando isso, mas o maestro logo esclareceu a ela (e a mim também) que se tratava da “Orquestra Viola de Todos os Cantos” – a orquestra sinfônica do evento. Gafe monstra, não só com ela, mas com o nosso diretor regional. Primeiro trabalho com ele e faço uma dessas, não sei se dei uma boa primeira impressão. Mas bola para frente. Calu foi joia nesse momento, soube muito bem não me deixar muito chateado.

Ninguém imagina como é corrido e também engraçado, mas é. Outro momento engraçado, mas na hora não foi tanto, foi quando já estavam sendo anunciados os vencedores da noite, eles anunciavam primeiro os terceiros colocados de cada categoria, depois os segundos e por fim, os primeiros. Quando já estavam anunciando os segundos colocados, o cinegrafista vem correndo e me fala: “pega a outra bateria”. Fora de forma, devo ter feito os quatrocentos metros rasos com barreiras mais rápido que nas olimpíadas. O bom foi que deu tudo certo.

Quando falamos de jornalismo dinâmico, é isso que queremos dizer. Essa é a paixão que nos move. Para ser jornalista, tem que gostar. A pressão é muita para quem quer apenas dinheiro ou algum tipo de fama, isso não existe no jornalismo, pelo menos no bom jornalismo, só existe uma coisa: coração.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um adeus fenomenal

Evitei, não queria ver! Não queria acreditar! Mas também não resisti. Quando tomei coragem, trinta daqueles quarenta e cinco já haviam se passado. Não estava nem ligando para os canarinhos em campo, quem me importava era um em especial, mais rechonchudo que os outros. Porém, não menos perigoso.

Quando entrou em campo, é como se algo brilhasse novamente, uma magia que a muito não se via naquela seleção, a mais estrelada dentre todas. Parece que todos em campo sabiam da responsabilidade que tinham, do valor que aquilo representava e conseguiram tirar lá do fundo da alma, a alma que há muito tempo faltava para aquele time.

Vimos os canarinhos voarem como há tempos não faziam. Para aqueles, do tempo do futebol romântico, foi o último jogo do futebol arte. Pensar que isso morreu, pode até ser, mas como uma fênix, renascerá das cinzas nos pés de jovens talentos, como já vemos aos poucos nascer.

Pena que essa despedida não foi da maneira que esse que voz escreve gostaria de ver. Aquele jogador fenomenal até jogou bem, motivou o time, teve oportunidade, mas também errou. E errou feio, porém teve oportunidades, foi inteligente, apareceu para buscar jogos em lugares certos, fez passes que nos remeteu aos bons tempos do gordinho, na suma: foi bem.

Mas apesar de tudo que fez, e não só agora; falo dos anos de ouro, das grandes conquistas, do que representa para o mundo, do que representou para uma massa. Apesar de tudo isso, aposto que o que vai se falar mais, é de um lance, ou do seu peso, o da sua falta de resistência física e em como faltava ar quando partia. Ninguém se lembra das contusões e lesões, que não é fácil para nenhum ser humano normal, eu sei disso, já senti esses problemas literalmente na pele.

Mas ele partiu, para o lamento dos críticos e apaixonados. O futebol perdeu seu ídolo, para mim, não precisava de um jogo assim. Ele não precisava, já representava demais, mas já que resolveu nos dar esse presente, muito obrigado.

Deixo meu agradecimento a esse raro fenômeno que passou por aqui, arrasou os campos e os corações, e se foi. Sempre digo que a gente tem que jogar para frente, o passado já foi, o jeito é focar o futuro e continuar seguindo. Mas o passado é importante, como lembrança, aprendizado, lição, história. Temos que olhar para trás e aprendermos com tudo que já se foi, para que no futuro não erremos tudo novamente.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quebrando tabus

Final de semana de velocidade, emoção, história e quebra de tabus. Primeiramente vamos para os Estados Unidos; se existe um lugar onde os deuses do automobilismo repousam, esse lugar é Indianápolis, um templo do automobilismo internacional, o circuito completa cem anos. Na reta de chegada uma fileira de tijolos mantem preservada a lembrança do piso daquela época. Um lugar para se visitar, reverenciar e adorar.

As 500 Milhas de Indianápolis é uma das mais tradicionais corridas do cenário mundial. E esse ano, não podia faltar emoção. Uma das chegadas mais inusitadas de todos os tempos, para uma corrida histórica, nada melhor que um fato histórico. JR Hildebrand assumiu a liderança da prova depois de uma bandeira amarela há quatro voltas do final, uma vitória que caiu no colo no piloto, ou melhor, cairia, se na última volta, na última curva, o inusitado não acontecesse; ele se chocou conta o muro porém, ele conseguiu cruzar a linha de chegada, só que em segundo lugar. Bom demais para quem se arrebenou na ultima curva. A corrida toda foi muito emocionante, Tony Kanaan, que largou lá atrás chegou na quarta colocação. Dan Weldon acabou vencendo pois vinha logo atrás de Hildebrand.


Dos Estados Unidos para Europa 

O Grande Prêmio de Mônaco, considerado uma das mais glamorosas, porém, monótonas corridas, quebrou esse tabu e teve emoção de sobra. Muitas ultrapassagens, coisa que não costuma ter muito, daí o mito de ser uma das mais monótonas. Já no começo Schumacher alargou a pista e descobriu um novo ponto de ultrapassagem, a “Curva do Cassino”, e passou Hamilton em um dos trechos mais lentos do circuito e, considerado quase impossível de passar, mas em se tratando do alemão de pé pesado e queixo grande, nada é impossível.

Hamilton tentou imitar, mas acabou tirando Felipe Massa da corrida. Felipe até que estava indo bem, mas bateu dentro do túnel quando perdeu o controle do carro, provavelmente avariado depois de Lewis Hamilton ter acertado ele na “curva do cassino”. O inglês ainda causaria muitos problemas na prova, tirando até Pastor Maldonado, que faria os primeiros pontos na Fórmula 1. Hamilton alega estar sofrendo perseguição, mas as atitudes dele o condenam. Tá mais parecendo um menino mimado, isso sim.

Rubinho teve grande momento quando passou o alemão, Michael Schumacher. Fez uma boa corrida considerando o que tem em mãos. Chegou na décima colocação. Foi um dos prejudicados pela bandeira vermelha. Ele havia feito uma parada um pouco antes para trocar os pneus. O que mostra que Fórmula 1 também precisa ter um pouco de sorte, e esse não é um ponto forte do brasileiro, apesar de achar Barrichello um dos melhores pilotos em atividade.

Mas a corrida teve um dono. O mesmo de outras quatro no ano. Sebastian Vettel manteve a tradição de nove anos em que o pole vence a prova. O final poderia ter mais emocionante se um acidente não tivesse causado uma bandeira vermelha e a direção de prova permitisse trocar os pneus. Fernando Alonso já estava tentando ultrapassar Vettel e Button já estava colado nos dois.

Resumindo, esse foi um ótimo final de semana. Vovô e família visitaram minha cidade, saímos, bebemos, nos divertimos. Barça foi campeão. Duas corridas fantásticas. E o Corinthians estreou o novo uniforme, Grená, que eu estou louco para comprar. Se algum leitor inexistente quiser me dar de presente, sem problemas, podemos conversar. Agora é só torcer para semana toda seguir esse embalo. Uma boa semana a todos, beijos e abraços.

sábado, 28 de maio de 2011

O mago dos projetos

Foto: DivulgaçãoSebastian Vettel levou mais uma, que surpresa! O alemão já é carta marcada, as apostas ficam para a segunda colocação, que não conta com o companheiro da equipe taurina – Webber tem o mesmo carro, porém não consegue acompanhar o seu desempenho – o que eu lamento, torci muito por Mark o ano passado, achava que ele merecia vencer.

Tudo isso se deve a uma pessoa: Adrian Newey. O inglês é praticamente um mágico quando acerta a mão. Muitos dos confortos que desfrutamos hoje quando dirigimos um bom carro, devemos a esse mago dos projetos inovadores. Lógico que o grande lance desse ano não ira chegar às ruas, não nos carros que costumamos dirigir, lógico.

Adrian foi o grande responsável por grandes projetos. Quem não se lembra da imbatível Williams de 1992, que deu o título daquele ano para o inglês Nigel Mansell, e que foi um dos motivos que levou Senna a querer uma vaga na equipe de Frank Williams. Aquela máquina era equipada com uma suspensão eletrônica, que podia se comportar de maneiras bem diferentes em cada trecho do circuito, equipamento que hoje equipa a maioria dos carros esportivos. A direção elétrica, que até nós, pobres mortais usuários de populares, também foi invenção do mestre Newey.

Esse ano, o salto na frente do engenheiro foi o escapamento do bólido. As RBRs tem o escapamento com uma saída única, abaixo da asa traseira, colocado estrategicamente de uma maneira que induz o ar que passa pelo carro a seguir um caminho mais fácil (não consegui uma maneira melhor para explicar). O que interessa é que o homem é fera mesmo.

Porém, isso nos faz lembrar o início da era Schumacher. Cinco campeonatos praticamente sem rivais. Com uma Ferrari absolutamente invencível e um piloto do nível do Schumi, não tinha como perder mesmo. Na época o único piloto que poderia ameaçar o alemão era Rubens Barrichello, porém, era companheiro de Ferrari de Michael. Outro exemplo foi a Brawn, em 2009, quando deu um salto na frente das outra equipes desenvolvendo um tipo diferente de assoalho. Jesson Button levou naquele ano, seu companheiro era Rubens Barrichello.

O que dá para concluir é que o futuro é incerto em muitos casos. Nos esporte, também.E se tratando de Mônaco, é mais incerto ainda. Apesar da beleza do principado, a cada curva se tem uma grande surpresa. No treino classificação Perez sofreu grave acidente, fica aqui a torcida para ele fica bem e voltar logo para as pistas. Contudo não dá para fazer previsões. Mas uma coisa eu digo, se eu tivesse que apostar, minhas fichas estariam todas em Sebastian Vettel e sua invencível RBR.