domingo, 18 de setembro de 2011

Rúgbi, um jogo democrático, acreditem


Há duas semanas comecei a praticar um esporte não muito convencional e, que a maioria das pessoas, pensa ser um esporte violento. Realmente, o Rúgbi é um esporte de extremo contato físico, mas se quisesse um esporte sem contato, eu iria jogar xadrez.

Sempre gostei de fazer coisas diferentes e sempre procurei aprender coisas novas. Quando envolve esporte, gosto mais ainda. Quando fiquei sabendo que alguns caras treinavam rúgbi aqui em Poços de Caldas, na hora pensei: porra meu, adoro esportes diferentes, vou ver qual desse negócio. Há algum tempo acompanho e adoro futebol americano, até cheguei a comprar uma bola para praticar, mas no último natal a gente estava em uma chácara jogando, esquecemos de guardar a bola e o cachorro comeu ela.

Fui no tal treino. Os caras começaram a chegar e aos pouco foram me dando dicas, falando regras, posicionamento etc. Sempre mantendo em minha cabeça o quando esse esporte é intenso e forte. Mas o rúgbi não é só isso. Para mim, um esporte extremamente democrático, em um mesmo time jogam jogadores enormes, fortes e pesados e outro pequenos, leves e rápidos. É um esporte para todos.

Em campo, fizemos um pequeno aquecimento: um jogo de cinco minutos sem tackles*. Depois começamos a jogar de verdade. Primeiro chute para colocar a bola em jogo e ela cai na mão de quem? Esse que voz fala fez uma bela recepção – lembrando que estou fora de forma, lento e me adaptando ao raciocínio de jogo - olhei para frente e quase não tive reação, o tackle foi incrível, como os profissionais mesmo, deem uma olhada nesse vídeo de alguns tackles.

O jogo prosseguiu normalmente, fui me adaptando e no final já tinha me encantado com o esporte. Infelizmente fui apenas uma vez até o dia que escrevi esse texto, mas não foi por causa do tackle de batismo, tive alguns compromissos, mas com certeza vou voltar a treinar com os caras, se eles me permitirem, lógico.

No site do time de rúgbi de Poços de Caldas (www.pocos.rugby.esp.br) vocês podem encontrar os dias e horários de treino e a agenda de jogos. No Facebook do Donatello, um dos jogadores mais antigos do time, encontrei um texto muito legal que vale a pena ler.

* Termo em inglês para a trombada que dois jogares dão um no outro, acho que dá pra entender, não é?


Filosofia do Rúgbi, filosofia da Vida

Quando você envelhece se dará conta que muitas coisas começam a ser tomadas de você. E isso faz parte da vida.
No entanto, você só começa a se dar conta dessas perdas quando elas afetam você. É quando você percebe que a vida é apenas um jogo... um jogo de ‘polegadas’.
Assim como o rúgbi, porque em ambos os jogos: na vida ou no rúgbi, a margem para erro é tão, tão pequena... Digo, um meio passo tarde demais, ou cedo demais e você QUASE faz. Um meio segundo lento demais, ou rápido demais, e você QUASE pega.
As polegadas de que nós precisamos estão em toda parte em torno de nós. Lá, em cada parte do jogo. Cada minuto, cada segundo.
Neste jogo nós lutamos por essa polegada. Neste jogo nós rasgamos a nós e a todos em torno de nós aos pedaços por essa polegada. Nós nos agarramos com nossas unhas por essa polegada.
Porque nós sabemos que quando juntarmos todas essas polegadas elas vão fazer a diferença entre ganhar e perder, entre viver e morrer.
E eu te digo isso: em toda a luta, é o homem que está disposto a morrer que vai ganhar essa polegada! E eu sei, se eu vou viver mais um dia, é porque eu quero ainda lutar e morrer por essa polegada! Porque isso é o que viver é. Lutar por estas seis polegadas na frente da sua cara.
Você tem que olhar para o companheiro ao seu lado, olhar em seus olhos. Agora eu imagino que você vai ver um homem que vai atrás dessa polegada com você. Você vai ver um homem que se sacrificaria pelo seu time, porque sabe que, quando chegar a hora, você vai fazer o mesmo por ele.
Esta é a definição de equipe... assim, ou nós jogamos como uma equipe ou morremos como indivíduos.



quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um bando, um templo

De perto, ali de baixo, ele parecia bem mais imponente e maior do que eu imaginava. Já havia passado por ali algumas vezes, mas sempre com pressa. Nunca tinha parado para contemplar a beleza daquele monumento, erguido ali, para o deleite dos deuses da bola.

Pela tarde a gente só foi pegar os ingressos, mas já deu para sentir como seria aquela noite. Quando foi se aproximando o momento tudo foi ficando cada vez mais sem cor, se tons, e o preto e branco foi tomando conta de tudo, e dos nossos corações.

Mais tarde nos unimos ao bando que festejava ali na frente. Uma festa antes da verdadeira festa. E sabem o por quê? Estarem juntos naquele templo, já é motivo para festejar, porque afinal, SER é mais importante que TER. Ficamos um bom tempo com aquele bando antes de nos juntar ao resto que aguardavam ansiosos dentro do templo.

Quando me vi no interior daquela construção, quase não pude acreditar. As luzes, as paredes, as pessoas, o relvado, era tudo como eu imaginava, era muito mais que eu imaginava. O clima era incrível. Aquele bando não se calava nem por um segundo. É preciso muito amor, paixão, ardor para ser como aquela massa de loucos e não dá pra dizer com palavras, só quem é para saber o que é.

Mesmo depois de encerrada aquela cerimônia seus seguidores por ali continuavam, como se o rito que acabara de acontecer ainda estivesse aceso dentro dos corações de cada discípulo naquele templo. É como se permanece, mesmo depois de certo tempo e não importando com a distância. Aquela chama não se apaga, a corrente não se quebra, e até à morte não pode cessar amor que toma o peito desses monocromáticos fiéis.

Mais foto aqui: Corinthians 2 x 1 Flamengo - 08-09-2011