quinta-feira, 20 de junho de 2013

Na trilha dos trilhos

Acordar em um domingo logo às seis horas da manhã deixa de ser loucura, para mim, apenas quando o motivo é Fórmula 1. Mas neste domingo em questão, a corrida seria de tarde e o motivo não foi uma corrida e sim uma caminhada.

Distância: dezoito quilômetros – ou mais.

Trajeto: Poços de Caldas para Águas da Prata, serra abaixo.

Sobre trilhos de trem.

O motivo, simples, a aventura.

Conhecer lugares novos já é um bom motivo para sair da cama em um domingão. Afinal de contas, o espirito aventureiro está em todos nós, vale a pena deixa-lo aflorar de vez em quando.

Quando começamos o trajeto, o objetivo do meu companheiro de caminhada, Marcio Pinto, era simples, uma foto de trabalho bacana. Mas a coisa não é tão simples assim. Como ele mesmo disse: muitas vezes saímos, vamos para um lugar muito bacana, fazer a foto de trabalho perfeita, mas não conseguimos uma foto boa.

Sorte que o lugar ajudou bastante.

Nessa aventura, não foi bem assim. O clique perfeito pode não ter saído, como sai para os mais experientes. Para mim, muitas fotos legais, que deixa esse texto mais interessante, para sorte de você, leitor.

Cruzamos uma boa parte onde havia apenas mato, até chegar ao início dos trilhos, usados por empresas de minério para escoar a bauxita extraída na região. Os trens que saem de Poços de Caldas chegam até o porto de Santos, onde o produto é exportado para ser processado e transformado em alumínio.

O caminho sobre trilhos é muito bacana, mas dói muito. De verdade. Os dormentes dos trilhos, aquela madeira que atravessa de um trilho no outro, não têm a mesma distância nem o mesmo formato, além de ter muitas pedras pelo caminho, isso castiga muito os pés. Mas como diz um velho ditado norte-americano “no pain, no gain”, quer dizer ao pé da letra “sem dor, sem ganho”. Ou melhor, sem dor não há vitória. Vitória que conquistamos com muitas imagens legais que você curtiu aqui.

Passamos por muitos lugares interessantes. Antes de uma pequena ponte, que cruza um córrego, encontramos uma casa, na beira dos trilhos. O que redeu uma foto muito bacana e nos deixou imaginando como deve ser morar ao lado de uma estrada de ferro.

E por falar em ponte. Passamos por muitas pontes, o que marcou muito nossa viagem. Duas delas eram muito altas. A menor das duas, arriscamos uma decida pela lateral dela. O acesso não estava tão difícil, então descemos para fazer algumas fotos. Ficou bem legal.

A outra ponte, a mais alta delas, é visualmente maravilhosa. Os pilares de sustentação lembram construções antigas que sustentam aproximadamente cem metros de trilhos elevados a pelo menos 50 metros de altura. Na hora de atravessar, muita adrenalina, afinal, diferente das outras pontes e de boa parte do caminho, os dormentes ficavam a uma distância maior uns dos outros. Qualquer deslize, poderia ser uma queda e tanto. Então, muito cuidado na hora de atravessar essa ponte. Mas confesso que foi um dos momentos mais emocionantes.

Outro momento extremamente emocionante foi quando nos deparamos com um túnel. Ali, de fora daquele buraco escavado na montanha, o medo e a adrenalina tomou todo o corpo, mas a vontade de chegar ao outro lado e ao final da caminhada era mais forte do que o medo. Outra coisa, depois de ter chegado até ali, aproximadamente 10 km de caminhada, sem chance de voltar para trás.

Mas o medo foi atoa, coisa do desconhecido. O túnel tem uma curva e apenas 50 metros. Assim que entramos na garganta da besta, alguns passos e já podíamos enxergar a luz refletida nos trilhos à diante, logo na curva. Ver o fim do túnel foi um alívio, além de ser um ponto ótimo para fotografar.

Depois de quase dezoito quilômetros andando sobre a estrada de ferro, hora de voltar para a casa. Paisagens maravilhosas, lugares fantásticos e ótimas fotos para o deleite do leitor.

[para conferir mais fotos dessa aventura clique neste link: http://loucosporfotografias.blogspot.com.br/2013/06/na-trilha-dos-trilhos.html]

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Carta aos corações solitários

Foram vinte e sete anos de amor guardado. 

Só depois de vinte e sete anos fui saber como era comemorar uma data como essa.

Muitos acreditam que quando se guarda algo por muito tempo, se torna algo valioso, mais gostoso. É assim com o vinho, whisky.

Apesar de todo esse tempo sem namorar, sem saber o que era o amor verdadeiro e correspondido, nunca fui do tipo de pessoa amargurada e chata, que achava que o dia dos namorados era apenas uma data comercial, pra encher shoppings e lojas. E nem que o amor não passava de um sentimento inventado no século dezessete para rechear poemas e histórias.

Sempre vi os casais amigos com certo carinho. Ajudei muitos a prepararem seus dias dos namorados e aconselhei muitos em momentos difíceis. Sei que não tinha propriedade prática para isso, mas sempre fui esperto e observador. A gente não precisa viver algo pra saber sobre aquilo. A gente não precisa pular da ponte pra saber que mata, a gente sabe.

Mas mesmo assim, depois de tanto tempo, comecei acreditar que algumas pessoas estavam fadadas a viverem sozinhas. Isso não quer dizer abandonado. Não é porque estamos sós que o mundo se torna uma verdadeira merda. Não, me acostumei com o fato e comecei a viver muito bem assim.

Até que um dia recebi um convite de amizade no antigo MSN. Não costumava aceitar convites de quem eu não conhecia. Mas naquele momento, não sei porquê, aceitei. E da mesma maneira que não gostava de ficar muito tempo conversando com pessoas pela internet, com ela eu gostava, ficávamos horas e horas batendo papo pela rede.

Para mim, conversar pela internet era apenas por necessidade e conversava com outras pessoas apenas o que realmente precisava.

Conversas longas que depois se transformaram em ligações longas, lógico, com a ajuda de um bom plano de telefonia.

O Skype também ajudou muito a encurtar a distância. Mas ainda sim, foi sofrido. Como se todo o resto da vida não havia sido.

Quando decidimos nos casar, houve quem achasse cedo demais. Acho que esperar 28 anos, não é pouco. Foi até tarde. Não sei como os outros casais são. Mas nós, sabíamos, tínhamos certeza. Estar um com o outro é a melhor coisa do mundo.

Mais do que marido e mulher. Somos amigos, confidentes, parceiros, colegas, amantes, namorados, paqueras, bobos, tontos. Nós somos um.

Não tinha como não dar certo.

Já são dois meses casado com essa figura. E não tem como ficar um dia sem dizer e ouvir EU TE AMO.

(Momento declaração: Cris, te amo demais...!!!)

Por esta e muitas outras histórias, caros amigos, corações solitários, não desanimem. O amor sempre chega. Eu só vou dar um conselho. Comecem a se valorizar. O nosso primeiro amor verdadeiro, deve ser por nós mesmo. Só depois de aprendermos a nos amar e aceitar como as coisas são e acontecem, é que as coisas começam a acontecer para a gente e permitimos que nos amem.

Um feliz dia dos namorados a todos!

(Feliz dia dos namorados MARIDA. Te amo!)

PS: viu como é bom namorar/casar com um jornalista. Nós sabemos escrever. hehehe