sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um adeus fenomenal

Evitei, não queria ver! Não queria acreditar! Mas também não resisti. Quando tomei coragem, trinta daqueles quarenta e cinco já haviam se passado. Não estava nem ligando para os canarinhos em campo, quem me importava era um em especial, mais rechonchudo que os outros. Porém, não menos perigoso.

Quando entrou em campo, é como se algo brilhasse novamente, uma magia que a muito não se via naquela seleção, a mais estrelada dentre todas. Parece que todos em campo sabiam da responsabilidade que tinham, do valor que aquilo representava e conseguiram tirar lá do fundo da alma, a alma que há muito tempo faltava para aquele time.

Vimos os canarinhos voarem como há tempos não faziam. Para aqueles, do tempo do futebol romântico, foi o último jogo do futebol arte. Pensar que isso morreu, pode até ser, mas como uma fênix, renascerá das cinzas nos pés de jovens talentos, como já vemos aos poucos nascer.

Pena que essa despedida não foi da maneira que esse que voz escreve gostaria de ver. Aquele jogador fenomenal até jogou bem, motivou o time, teve oportunidade, mas também errou. E errou feio, porém teve oportunidades, foi inteligente, apareceu para buscar jogos em lugares certos, fez passes que nos remeteu aos bons tempos do gordinho, na suma: foi bem.

Mas apesar de tudo que fez, e não só agora; falo dos anos de ouro, das grandes conquistas, do que representa para o mundo, do que representou para uma massa. Apesar de tudo isso, aposto que o que vai se falar mais, é de um lance, ou do seu peso, o da sua falta de resistência física e em como faltava ar quando partia. Ninguém se lembra das contusões e lesões, que não é fácil para nenhum ser humano normal, eu sei disso, já senti esses problemas literalmente na pele.

Mas ele partiu, para o lamento dos críticos e apaixonados. O futebol perdeu seu ídolo, para mim, não precisava de um jogo assim. Ele não precisava, já representava demais, mas já que resolveu nos dar esse presente, muito obrigado.

Deixo meu agradecimento a esse raro fenômeno que passou por aqui, arrasou os campos e os corações, e se foi. Sempre digo que a gente tem que jogar para frente, o passado já foi, o jeito é focar o futuro e continuar seguindo. Mas o passado é importante, como lembrança, aprendizado, lição, história. Temos que olhar para trás e aprendermos com tudo que já se foi, para que no futuro não erremos tudo novamente.