quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Semana carburada

Ford 32 Racer, reformado por Ronaldo
Topete. O carro é uma homenagem
ao piloto Benedito Lopes
Carros alinhados, os motores roncando alto e um gostinho de nostalgia no ar. Bandeira quadriculada* agitada e todos saem muito rápidos, mas com certo cuidado, para que nenhum espectador se machuque. E diante dos olhos passaram décadas em poucos segundos. Mas logo depois, aquelas máquinas furiosas se acalmam, afinal, era apenas um desfile, e não uma corrida.

Foi assim que começou o segundo dia da Poços Classic Cars, infelizmente, o último também. Passei a semana toda, desde o dia que fiquei sabendo do desfile, ansioso para fazer algo bem legal. É um assunto que gosto muito, não é para menos, automobilismo é uma grande paixão, arrisco dizer que foi um dos motivos que me levou a fazer jornalismo.

Largada do Grande Prêmio Thermal
de 1951
O desfile que me refiro foi organizado por Ronaldo Topete, dono de uma oficina e piloto de corridas, apaixonado por carros antigos. O objetivo de Ronaldo, segundo ele mesmo, é relembrar o tempo que Poços de Caldas fazia parte do circuito nacional de automobilismo com o Grande "Premio Thermal". Um balneário turístico com muitos cassinos, Poços era praticamente um refugio para os mais abonados, ficando conhecida como a Mônaco brasileira, e assim era chamada pelos jornalistas da época.

Atualmente, aqui fica o Banco Itaú,
perto da Thermas
Uma homenagem mais que merecida e que também merecia uma cobertura digna. Preparei uma pauta a altura do evento, valorizando principalmente a história, de Poços e do automobilismo nacional. Mas infelizmente a emissora na qual trabalho não segue os mesmo princípios que esse que vos fala.

Vamos deixar de lado essa coisa chata e valorizar o momento. Quando acordei no sábado, me senti novamente como um garoto que se levanta na manhã de Natal, não vê a hora de se jogar debaixo da árvore e rasgar os embrulhos. Tive que trabalhar até às três da tarde. Quando cheguei à exposição percebi que valeu a pena esperar, parecia um menino entrando em um parque de diversões. No domingo, dia do desfile, foi a mesma coisa. O Ronaldo tinha razão, ver os carros estáticos, parados em uma exposição é uma coisa, eles em movimento e deixando todos surdos de emoção, é bem diferente, muito legal.

Apesar de não ter feito o VT, o dia foi muito bom. No final, não queria ir embora, mas todos já estavam indo, assim, não teria o que fazer ali, olhando para o nada. O descanso daquela noite foi merecido, dormi como uma criança, feliz e com muita memórias para guardar daquele dia, que é apenas um de muito que ainda tenho pela vida.

* No automobilismo, antigamente só existia a bandeira quadriculada












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