Esse final de semana foi um tanto especial. Como todo final de semana de Fórmula 1, não sai com os amigos para tomar alguma coisa. Fiquei em casa mesmo, e curti meu momento “nerd”, assisti quase que uma temporada completa de Smallville. Sem contar que meu primo Junior, de São Paulo, aparece por ai para gente conversar. Fazia muito tempo que ele não vinha em casa, sei lá, uns dez anos. Foi bem legal. Quero ver se vou para São Paulo passar uns dias na casa dele. Ontem não tivemos muito tempo para conversar.
Mas é chegada a hora. A manhã estava com aquele ar gelado como é habitual do período mesmo. Me levantei, peguei meu edredom e fui para a sala. O colchão que a gente costuma deixar na sala para assistir TV de maneira mais confortável já estava aposto me aguardando. A manhã parecia especial. Sentia algo bom no ar. Não era uma corrida convencional. Havia algo de especial nela. Um piloto estava mais feliz e motivado que qualquer outro. Rubens Barrichello entraria mais uma vez para a história. Ele é o único piloto do mundo a completar a marca de 300 Grandes Prêmios de Fórmula 1.
O momento não era especial apenas para ele. Mas também para todos aqueles que sempre torceram por ele. Lógico que esse número de pessoas é bem reduzido aqui no Brasil, visto que no seu país natal é apenas motivo de chacotas e brincadeira, mas não levo a sério palavras de pessoas que não entendem o que estão falando. A ignorância é o maior mal desse país. Rubens é o maior orgulho para o mundo dos esportes, para o automobilismo e, principalmente, para a Fórmula 1.
E para comemorar esse dia, pintura e macacão especiais, festa, e o reconhecimento por parte dos pilotos, que elegeram nosso Rubinho para a presidência da GPDA (Grand Prix Drivers Association), que é uma espécie de sindicato dos pilotos de Grandes Prêmios. Barrichello é considerado por todos o “boa praça” dos paddocks, um cara que, além de ser um piloto fenomenal, como pessoa é ainda melhor. Querido por colegas, jornalistas e profissionais do automobilismo. Na Europa é muito querido, bem diferente do que aqui no Brasil.
Mas a coisa acabou não acontecendo como imaginávamos. Logo na largada choveu, e na curva que trazia para o trecho final da pista, Rubens estava fazendo uma ultrapassagem, mas a pista ficou escorregadia, fazendo ele perder o ponto de freada e acertando o carro de Fernando Alonso na traseira. Uma batida fraca, que não chegou a provocar nenhum dano no carro do espanhol, mas o Williams do brasileiro destruiu a suspensa dianteira.
Terminou ali o 300º Grande Prêmio dessa pessoa que é muito especial para mim e para muitos espalhados pelo mundo. E também para minha amiga Drika, que é uma garota fantástica, que além de gostar de F1, também adora o Rubinho (esse fato revela o quanto uma pessoa entende de F1). Isso poderia servir de motivo para terminar o final de semana com um clima chato, mas muito pelo contrário, nos deixou a sensação de que esse é o Barrichello que a gente conhece e gosta tanto. Mesmo com uma situação tão adversa, consegue sair de cabeça erguida, feliz e satisfeito. E ainda nos deixa com a mesma sensação.
Parabéns Rubinho. Pela carreira incrível, pelos momentos inesquecíveis, pelas coisas memoráveis que fez dentro e fora das pistas. Você é isso, fenomenal, formidável, incrível, um ser humano para se espelhar, um exemplo. Parabéns, e deixo meus sinceros desejos de paz e sucesso, e ainda agraço por fazer desse esporte, que é minha paixão, mais emocionante.
E me espelhando no blog do Vitor, deixo aqui uma enquete para ser respondida nos comentários. Qual corrida do Rubinho Barrichello você mais gostou e mais emocionou.
A minha, Hockeheinen 2002, primeira vitória dele. Uma corrida inesquecivel, coisa de gênio.