Viver é um mistério e a vida nos prega peças. Os padrões caem por terra e nos encantamos por belezas diferentes, manias diferentes, pessoas diferentes.
E quando se vão? Nossa; como é difícil.
Difícil não ouvir as gargalhadas, as conversas sobre as novelas que eu não assisto, os questionamentos sobre as aulas, os comentários sobre a Giovanna Antonelli. O silêncio da casa é ensurdecedor. É quase impossível ficar lá. Tornou-se quase impossível continuar, ainda mais sabendo que não estará lá.
Mas, o que a perda nos traz, além da saudade, são as lembranças, que ficam mais fortes. Lembranças que renovam a vontade de continuar em pé, lutando, para chegar onde deveríamos e honrar aqueles que nos deixaram.
Sei que os fatos são inaceitáveis. Mas é a vida. É o ciclo dando mais uma volta. E a gente acaba matando a saudade, novamente, nas lembranças.
Cada qual com as suas. Cada um com seu cada qual.
Tim Maia fala muito bem disso e é com ele que me conforto e me confronto às vezes:
“Não sei por que você se foi / Quantas saudades eu senti / E de tristezas vou viver / E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida / Viveu, morreu / Na minha história / Chego a ter medo do futuro / E da solidão / Que em minha porta bate...
E eu! / Gostava tanto de você / Gostava tanto de você...”
E foi um adeus que jamais pensei em dar.