quarta-feira, 12 de junho de 2013

Carta aos corações solitários

Foram vinte e sete anos de amor guardado. 

Só depois de vinte e sete anos fui saber como era comemorar uma data como essa.

Muitos acreditam que quando se guarda algo por muito tempo, se torna algo valioso, mais gostoso. É assim com o vinho, whisky.

Apesar de todo esse tempo sem namorar, sem saber o que era o amor verdadeiro e correspondido, nunca fui do tipo de pessoa amargurada e chata, que achava que o dia dos namorados era apenas uma data comercial, pra encher shoppings e lojas. E nem que o amor não passava de um sentimento inventado no século dezessete para rechear poemas e histórias.

Sempre vi os casais amigos com certo carinho. Ajudei muitos a prepararem seus dias dos namorados e aconselhei muitos em momentos difíceis. Sei que não tinha propriedade prática para isso, mas sempre fui esperto e observador. A gente não precisa viver algo pra saber sobre aquilo. A gente não precisa pular da ponte pra saber que mata, a gente sabe.

Mas mesmo assim, depois de tanto tempo, comecei acreditar que algumas pessoas estavam fadadas a viverem sozinhas. Isso não quer dizer abandonado. Não é porque estamos sós que o mundo se torna uma verdadeira merda. Não, me acostumei com o fato e comecei a viver muito bem assim.

Até que um dia recebi um convite de amizade no antigo MSN. Não costumava aceitar convites de quem eu não conhecia. Mas naquele momento, não sei porquê, aceitei. E da mesma maneira que não gostava de ficar muito tempo conversando com pessoas pela internet, com ela eu gostava, ficávamos horas e horas batendo papo pela rede.

Para mim, conversar pela internet era apenas por necessidade e conversava com outras pessoas apenas o que realmente precisava.

Conversas longas que depois se transformaram em ligações longas, lógico, com a ajuda de um bom plano de telefonia.

O Skype também ajudou muito a encurtar a distância. Mas ainda sim, foi sofrido. Como se todo o resto da vida não havia sido.

Quando decidimos nos casar, houve quem achasse cedo demais. Acho que esperar 28 anos, não é pouco. Foi até tarde. Não sei como os outros casais são. Mas nós, sabíamos, tínhamos certeza. Estar um com o outro é a melhor coisa do mundo.

Mais do que marido e mulher. Somos amigos, confidentes, parceiros, colegas, amantes, namorados, paqueras, bobos, tontos. Nós somos um.

Não tinha como não dar certo.

Já são dois meses casado com essa figura. E não tem como ficar um dia sem dizer e ouvir EU TE AMO.

(Momento declaração: Cris, te amo demais...!!!)

Por esta e muitas outras histórias, caros amigos, corações solitários, não desanimem. O amor sempre chega. Eu só vou dar um conselho. Comecem a se valorizar. O nosso primeiro amor verdadeiro, deve ser por nós mesmo. Só depois de aprendermos a nos amar e aceitar como as coisas são e acontecem, é que as coisas começam a acontecer para a gente e permitimos que nos amem.

Um feliz dia dos namorados a todos!

(Feliz dia dos namorados MARIDA. Te amo!)

PS: viu como é bom namorar/casar com um jornalista. Nós sabemos escrever. hehehe

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