
Lágrimas de São Jorge
por Anderson Ferreira

Sou assumidamente torcedor do Corinthians, embora isso nunca
tenha me impedido de reconhecer que o Santos tinha melhor elenco nessa decisão.
Minha paixão clubística nunca me fez esconder que o São Paulo 92/93 foi o maior
time que vi jogar, tampouco que sempre tive medo de enfrentar o Palmeiras em
decisões, principalmente pelas eliminações nas Libertadores de 99 e 2000.
Desse modo, na última quarta, o Corinthians conseguiu
exorcizar o primeiro demônio. Após o gol santista, digo com convicção, não
existia no Pacaembu um torcedor, fosse peixeiro ou do bando de loucos, que não imaginasse
outra eliminação do time da capital. A ida à final representa ao corintiano
mais que a disputa do título que ele mais cobiça, representa a vitória sobre um
sentimento que o acompanhava desde a defesa de Marcos no pênalti do Marcelinho.
E o destino reservou ao Corinthians, na sua primeira final,
o pior dos adversários possíveis. Enfrentar o Boca Juniors nunca é bom negócio.
Riquelme, o maestro portenho, é desses craques tão geniais que pode vencer
sozinho a decisão. Ele já o fez contra o Palmeiras em 2000 e contra o Grêmio,
em 2007. O melhor do time paulista é o seu conjunto. O esquema armado por Tite
é de uma sincronia louvável, ao ponto de o time tomar o gol na quarta quando
Ralf ficou impossibilitado de combater, ou seja, quando uma das peças não
funcionou, a engrenagem falhou.

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